GESTÃO
Para pacientes com risco muito baixo de meningite bacteriana (BMS
0):
-
Considerar alta com acompanhamento rigoroso (idealmente dentro
de 24 a 48 horas) e precauções de retorno para a família,
incluindo nova atividade convulsiva, estado mental alterado,
erupção cutânea purpúrica ou outros sintomas preocupantes.
-
Considere uma dose única de antibióticos de ação prolongada com
boa penetração no LCR, como ceftriaxona, antes da alta.
Para pacientes com pelo menos 1 fator de risco para meningite
bacteriana ou alta suspeita clínica (BMS >0):
-
Considere a admissão para antibióticos parenterais e observação
enquanto aguarda os resultados da cultura do LCR.
-
Certifique-se de que o LCR foi enviado para cultura.
-
Considere o monitoramento contínuo dos sinais vitais e exames
neurológicos regulares.
-
Se não administrado anteriormente, iniciar antibióticos
empíricos de amplo espectro.
-
Considere expandir a cobertura antimicrobiana:
Se houver preocupação com encefalite por herpes, adicione
aciclovir.
Se houver alta suspeita clínica de meningite tuberculosa,
consulte um especialista em doenças infecciosas e considere
rifAMPina, isoniazida, pirazinamida e uma fluoroquinolona ou
aminoglicosídeo.
-
Considere a administração de esteróides com base na apresentação
clínica, área geográfica e fatores de risco potenciais.
AÇÕES CRÍTICAS
-
A gestalt do médico, a gravidade da doença e a apresentação
clínica substituem a aplicação da regra de previsão do BMS.
-
Se houver suspeita significativa de meningite bacteriana, tome
cuidado e admita para observação e antibióticos empíricos.
FÓRMULA
Adição dos pontos selecionados:
Critério |
|
|
Pontos |
Coloração de Gram do LCR
positivo |
|
|
+1 |
CSF CSF ≥1.000 células/µL |
|
|
+1 |
Proteína do LCR ≥80 mg/dL (800
mg/L) |
|
|
+1 |
Sangue periférico ANC ≥10.000
células/µL |
|
|
+1 |
Apreensão na (ou antes da)
apresentação inicial |
|
|
+1 |
FATOS E NÚMEROS
Pontuação de Meningite
Bacteriana |
|
Risco de meningite bacteriana
|
0 |
|
Risco muito baixo |
>0 |
|
Risco não muito baixo |
AVALIAÇÃO DE EVIDÊNCIAS
O Escore de Meningite Bacteriana original foi derivado de um
estudo de coorte retrospectivo multicêntrico publicado
por Nigrovic et al no JAMA 2007. Os dados foram coletados de 20
departamentos de emergência participantes de centros
médicos acadêmicos durante um período de três anos. 3.295
pacientes com idades entre 29 dias e 19 anos com pleocitose
no LCR foram pontuados usando o BMS.
Dos 1.714 que foram classificados como de risco muito baixo,
dois foram diagnosticados com meningite bacteriana.
Ambos os pacientes mal categorizados tinham < 2 meses de idade e
tinham meningite por E. coli com ITU por E. coli, mas exame
de urina negativo.
A sensibilidade do BMS para meningite bacteriana foi de
98,3% (IC 95% 94,2-99,8%). O VPN foi de 99,9% (IC 95%
99,6-100%).
Os pesquisadores tentaram refinar a pontuação usando
particionamento recursivo, o que levou a um modelo mais
simples com
apenas três variáveis, mas também levou a que um paciente
adicional com meningite fosse classificado erroneamente como
de
risco muito baixo.
Dado que os dois pacientes classificados incorretamente
tinham menos de dois meses de idade, os pesquisadores
analisaram o
BMS para um subgrupo de todos os pacientes com menos de dois
meses de idade e encontraram sensibilidade de 92,3% (IC 95%
74,9-99,4%), VPN 99,5% (95 % CI 98,3-99,9%).
O BMS foi validado por Nigrovic et al em Archive of Disease
in Childhood, 2012. Esta foi uma meta-análise de estudos
publicados entre 2002 e 2012 e incluiu 4.896 pacientes com
idades entre 29 dias e 19 anos. A sensibilidade foi de 99,3%
(IC 95% 98,7-99,7%) para meningite bacteriana e VPN foi de
98,3% (IC 95% 96,6-99,3%).
Kulik et al em 2013 publicaram uma revisão sistemática de
várias regras preditivas de meningite bacteriana e, dos
estudos revisados,
o BMS apresentou a evidência de maior qualidade e o melhor
desempenho até o momento. Eles recomendaram que a pontuação
ainda
seja avaliada com estudos prospectivos.
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Nigrovic LE, Kuppermann N, Macias CG, et al.
Clinical prediction rule for identifying
children with cerebrospinal fluid pleocytosis at
very low risk of bacterial meningitis. JAMA.
2007;297(1):52-60.
VALIDAÇÃO
Nigrovic LE, Malley R, Kuppermann N.
Meta-analysis of bacterial meningitis score
validation studies. Arch Dis Child.
2012;97(9):799-805.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Nigrovic LE, Kuppermann N, Malley R. Development
and validation of a multivariate predictive
model to distinguish bacterial from aseptic
meningitis in children in the post-haemophilus
influenza era. Pediatrics. 2002; 110: 712-9.
Kulik DM, Uleryk EM, Maguire JL. Does this child
have bacterial meningitis? A systematic review
of clinical prediction rules for children with
suspected bacterial meningitis. J Emerg Med.
2013;45(4):508-19.
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