CONSELHO
Esteróides e AINEs melhoram os sintomas; antibióticos são
frequentemente indicados
na faringite estreptocócica, mas não previnem suas complicações
supurativas, como
abscesso peritonsilar.
AÇÕES CRÍTICAS
-
Considere cuidadosamente os pacientes com duração dos sintomas
superior a 3 dias, mesmo que a pontuação Centor não se aplique.
-
Embora os sintomas não sejam compatíveis com o diagnóstico de
faringite aguda, esses pacientes requerem avaliação para
complicações supurativas (abscesso peritonsilar ou síndrome de
Lemierre) ou infecções virais em pacientes adultos (mononucleose
infecciosa ou HIV agudo) (Centor 2017).
FÓRMULA
Adição dos pontos selecionados:
|
+1 ponto |
0 pontos |
-1 ponto |
Idade
|
3 - 14 |
15 - 44 |
≥45 |
Exsudato ou inchaço nas
amígdalas |
Sim |
Não |
|
Linfonodos cervicais
anteriores sensíveis/inchados |
Sim |
Não |
|
Temp >38°C |
Sim |
Não |
|
Tosse |
Tosse Ausente |
Tosse Presente |
|
AVALIAÇÃO DE EVIDÊNCIAS
O estudo original de Centor et al foi feito em 1981 para
desenvolver critérios para diagnosticar a infecção por GAS em
pacientes adultos que se apresentavam no departamento de
emergência com dor de garganta (Centor
1981).
O modelo original designava quatro critérios: exsudatos
tonsilares, linfonodos cervicais anteriores dolorosos e
inchados,
ausência de tosse e história de febre. Os pacientes exibindo
todas as quatro variáveis tinham uma probabilidade de 56% de
uma cultura positiva para estreptococo beta do Grupo A; três
variáveis, 32%; duas variáveis, 15%; uma variável, 6,5%; e zero
variáveis, 2,5%.
O Centor Score foi posteriormente modificado para incluir a
idade (McIsaac
1998)
e validado (McIsaac
2004) para uso em crianças
e adultos com dor de garganta. McIsaac et al (1998) determinaram
que o uso do Centor Score reduziria o número de prescrições
iniciais desnecessárias de antibióticos em 48%, sem aumentar o
uso de cultura de garganta.
A Pontuação Centor e suas modificações foram obtidos em amostras
relativamente pequenas (n=286 e n=521, respectivamente).
A fim de classificar com mais precisão o risco de infecção por
GAS,
Fine
et al (2012) realizaram uma validação em
escala nacional do escore em uma população geograficamente
diversificada de mais de 140.000 pacientes em um ambiente
clínico.
O estudo foi realizado ao longo de mais de um ano, mitigando
qualquer impacto da sazonalidade da incidência de GAS nos
resultados.
Essa análise forneceu interpretações mais precisas de risco para
cada categoria do Centor Score; estes ainda estavam dentro do
intervalo de confiança de 95% do estudo original de Centor com
um tamanho de amostra muito menor.
Em sua comparação da Pontuação Centor com outras estratégias de
identificação e tratamento, McIsaac et al (2004) descobriram que
o uso da pontuação resultou em menos testes gerais (culturas e
testes rápidos) por pessoa, mas mais culturas de garganta
(96,1% dos adultos) do que outras estratégias. Como resultado, a
Pontuação Centor representou um compromisso, exigindo o mínimo
de testes diagnósticos, fornecendo 100% de sensibilidade e mais
de 90% de especificidade em crianças e adultos, e produzindo
reduções significativas no uso desnecessário de antibióticos, em
comparação com outras estratégias.
Harris
et al (2016) incentivam
o uso da Pontuação Centor principalmente para identificar
pacientes com baixa probabilidade de
faringite estreptocócica do grupo A que não justificam mais
testes, citando o baixo valor preditivo positivo do critério.
LITERATURA
ORIGINAL/REFERÊNCIA PRIMÁRIA
Centor RM, Witherspoon JM, Dalton HP, Brody CE,
Link K. The diagnosis of strep throat in adults
in the emergency room. Med Decis Making.
1981;1(3):239-46.
McIsaac WJ, White D, Tannenbaum D, Low DE. A
clinical score to reduce unnecessary antibiotic
use in patients with sore throat. CMAJ. 1998 Jan
13;158(1):75-83. PubMed PMID: 9475915; PubMed
Central PMCID: PMC1228750.
VALIDAÇÃO
McIsaac WJ, Kellner JD, Aufricht P, Vanjaka A,
Low DE. Empirical Validation of Guidelines for
the Management of Pharyngitis in Children and
Adults. JAMA.2004;291(13):1587-1595.
doi:10.1001/jama.291.13.1587.
Fine AM, Nizet V, Mandl KD. Large-Scale
Validation of the Centor and McIsaac Scores to
Predict Group A Streptococcal Pharyngitis.
Archives of internal medicine
2012;172(11):847-852.
doi:10.1001/archinternmed.2012.950.
OUTRAS REFERÊNCIAS
Mitchell MS, Sorrentino A, Centor RM. Adolescent
pharyngitis: a review of bacterial causes. Clin
Pediatr (Phila). 2011;50(12):1091-5.
Shulman ST, et. al. Clinical Practice Guideline
for the Diagnosis and Management of Group A
Streptococcal Pharyngitis: 2012 Update by the
Infectious Diseases Society of America. Clin
Infect Dis. 2012 Nov 15;55(10):1279-82.
Harris AM, Hicks LA, Qaseem A, for the High Value
Care Task Force of the American College of
Physicians and for the Centers for Disease
Control and Prevention. Appropriate Antibiotic
Use for Acute Respiratory Tract Infection in
Adults: Advice for High-Value Care From the
American College of Physicians and the Centers
for Disease Control and Prevention. Ann Intern
Med. 2016 Jan 19. doi: 10.7326/M15-1840.
Kalra MG, Higgins KE, Perez ED. Common Questions
About Streptococcal Pharyngitis. Am Fam
Physician. 2016;94(1):24-31.
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